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sábado, 27 de agosto de 2011

NEUROTRANSMISSORES

A transmissão da informação nas sinapses químicas envolve a liberação de um neurotransmissor da célula pré-sináptica após um estímulo.

Acetilcolina (ACh)
     Único neurotransmissor utlilizado na junção neuro-muscular;
     Liberado de todos os neurônios pré e pós-ganglionares no sistema nervoso parassimpático;
     Liberado de todos os neurônios pré-ganglionares no sistema nervoso simpático;
     Liberado por neurônios pré-sinápticos da medula adrenal.

Síntese da ACh:
     Ocorre no terminal pré-sináptico:

          colina + AcetilCoA → Acetilcolina   (ação da enzima colina acetiltransferase)
    
     Depois que a ACh é liberada do terminal  nervoso pós-sináptico vai para  a membrana pós-sináptica onde se liga e ativa os receptores de ACh.

AChE = degrada a ACh em colina + acetato, aproximadamente metade da colina liberada nesta degradação é reutilizada para a síntese de nova ACh

Norepinefrina, epinefrina e dopamina
     São membros da mesma família biógena e possuem um precursor comum: a tirosina (um aminoácido).

                                             
                                       TIROSINA

                                             \/         tirosina hidroxilase

                                       L-DOPA

                                             \/        dopa descarboxilase

                                       DOPAMINA

                                             \/       dopamina- β-hidroxilase

                                    NOREPINEFRINA
                                                          
                                            \/       feniletanolamina-N-metiltransferase

                                     EPINEFRINA


Dopamina
     Nos neurônios dopaminérgicos os terminais possuem a enzima tirosina hidroxilase + dopa descarboxilase.

Norepinefrina
     Os neurônios adrenérgicos possuem a enzima dopamina-β-hidroxilase.

     A medula adrenal possui a via enzimática completa, portanto ela secreta principalmente epinefrina!
    
     A degradação de dopamina, norepinefrina e epinefrina ocorre através de duas enzimas:
     - Catecol-O-metiltransferase (COMT)
     -monoaminoxidase (MAO)
     Observem a MAO, aqui se explica os fármacos inibidores da monoaminoxidase (IMAOs), pois se eles inibem a enzima que degrada a dopamina, norepinefrina e epinefrina, siginifica que estes neurotransmissores ficam disponíveis por mais tempo.

Onde:
COMT = enzima metilante, não é encontrada em terminais nervosos e é amplamente distribuída em outros tecidos como o fígado.
MAO = localizada nos terminais nervosos pré-sinápticos e catalisa uma desaminação oxidativa. Se um neurotransmissor está para ser degradado pela MAO deve ocorrer uma recaptação deste na sinapse.

     Dopamina, norepinefrina ou epinefrina cada um destes pode ser degradado somente pela MAO ou somente pela COMT, ou por ambas(em qualquer ordem). Há três produtos possíveis da degradação destes e são excretados na urina:
     norepinefrina = normetanefrina
     epinefrina  = metanefrina
     norepinefrina + epinefrina são degradadas a ácido 3-metóxi-4-hidroximandélico(VMA).

Serotonina
     Outra amina biógena sintetizada a partir do triptofano nos neurônios serotoninérgicos no cérebro e no TGI. Após sua liberação dos neurônios pré-sinápticos ela posde retornar intacta ao terminal nervoso ou pode ser degrada no terminal pré-sináptico pela MAO em ácido-5-hidróxi-indolacético. Ainda a serotonina é precursora da melatonina na glândula pineal.

Histamina
     Sintetizada a partir da histidina:
          histidina → histamina (ação da enzima histidina descarboxilase)

     Presente em neurônios do hipotálamo e em tecidos não nervosos como os mastócitos do TGI.

Glutamato (aminoácido excitatório)
     Aminoácido mais prevalente de todos os neurotransmissores excitatórios do cérebro. Papel significativo na medula espinal e cerebelo.

Glicina ( aminoácido inibitório)
     Aminoácido que age como neurotransmissor inibitório encontrado na medula espinal e no tronco encefálico.
     Mecanismo de Ação: aumentar a condutância ao Cl na membrana celular pós-sináptica. Por aumentar esta condutância o potencial de membrana é impulsionado para mais próximo do potencial de equilíbrio do Cl. Assim a membrana celular pós-sináptica é hiperpolarizada ou inibida.

GABA(ácido-γ-aminobutírico)
     Um aminoácido inibitório que está distribuído amplamente no SNC e neurônios gabaérgicos:

            glutamato  → GABA (ação da enzima glutamato descarboxilase)

     É degradado pela GABA transaminase entrando no ciclo do ácido cítrico. GABA não tem função metabólica ao contrário de glicina e glutamato, e também não é incorporado em proteínas.



Observações:

TGI = trato gastrointestinal
SNC = sistema nervoso central

Epinefrina = adrenalina
Norepinefrina = noradrenalina
Epinefrina=adrenalina

O homem quando perfeito é o melhor dos animais, mas afastado da lei e da justiça é também o pior de todos! (Aristóteles)


 
Diga não ao plágio e reverencie quem trabalha pela pesquisa baseada em estudo e evidências, cite!

Bibliografia: MARZZOCO, A.; TORRES, B.B..Bioquímica Básica, 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.

    






quinta-feira, 11 de agosto de 2011

EICOSANÓIDES

Os eicosanóides são sintetizados a partir dos ácidos graxos essenciais ácido araquidônico ω6
 e ácido eicosapentanóico (EPA) ω3, estes dois constituem fosfolipideos da bicamada lipidica da membrana celular. São compostos estruturalmente relacionados.

Temos os seguintes eicosanóides:
- prostaglandinas
- prostaciclinas
- tromboxanas
- leucotrienos

A síntese destes inicia-se com a liberação de ácidos graxos da bicamada lipidica, esta liberação ocorre através de uma hidrólise catalisada pela enzima fosfolipase, isto ocorre por exemplo em resposta a inflamação e reações alérgicas.

A via de síntese de eicosanóides é bidirecional:
- a mesma via sintetiza: prostaglandinas, prostaciclinas e trombaxanas;
- outra via é exclusiva na síntese de leucotrienos.

Os eicosanóides não são transportados pela circulação, exercem seu efeito no local onde são sintetizados e possuem uma curta meia-vida, regulam processos fisiológicos: contração muscular, regulam a pressão arterial, dilatação dos brônquios, contração uterina, reação inflamatória, manifestação da dor e febre, coagulação sanguínea e outros.

Fármacos anti-inflamatórios, analgésicos e anti-piréticos interferem no metabolismo dos eicosanóides, observe:

Corticosteróides inibem a enzima fosfolipase, reduzindo assim a disponibilidade de ácido araquidônico e afetando desta forma a síntese de todos os eicosanóides derivados deste ácido graxo.

Anti-inflamatórios não esteróides (AINEs) como a Aspirina®, Indometacina, fenilbutazona, Ibuprofeno, diclofenaco e outros bloqueiam apenas a via de síntese das prostaglandinas, prostaciclinas e tromboxanas, não atuam sobre os leucotrienos. AINEs inibem a COX (ciclooxigenase) que permite a ciclização do ácido araquidônico incorporando um Oxigênio.

Aspirina® em doses baixas previne infartos, pois evita a formação de trombos e coágulos ao impedir a síntese de tromboxanas, que é praticamente o único eicosanóide relacionado a plaquetas.

Prostaglandinas estimulam contrações uterinas, utilizada na indução de parto normal.

Leucotrienos são mediadores de processos alérgicos agudos, agem fazendo constrição dos brônquios, por isso utiliza-se um anti-inflamatório contra asma, a fim de inibir os leucotrienos e impedir esta constrição, permitindo assim a respiração do individuo.

(Este texto está completo, em breve haverá adição de figuras e esquemas)

Observação:

Anti-pirético= contra febre, anti-febril.
ω6= ômega 6
ω3 = ômega 3


Bibliografia: MARZZOCO, A.; TORRES, B.B..Bioquímica Básica, 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.