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domingo, 30 de outubro de 2011

BEBIDAS CARBONATADAS E HIPERTENSÃO ARTERIAL.



Refrigerante: Bebida não alcoólica, carbonatada, com alto poder refrescante encontrada em diversos sabores (ABIR, 2011).

 


Mercado de refrigerantes no Brasil:
O Brasil é o terceiro produtor mundial de refrigerantes depois de EUA e México.
Aqui são consumidos 69 L de refrigerante por habitante ao ano.
Em 1998 foram vendidos 20,6 bilhões de litros de bebidas carbonatadas não alcoólicas contra 6,3 milhões de litros de sucos de frutas e 16,6 milhões de litros de leite. (ABIR, 2011)

Hipertensão:
Condição onde as pressões sanguíneas sistêmica sistólica e/ou diastólica ultrapassam 140/90 mmHg respectivamente. (PAGE et Al, 2004)



Sódio e hipertensão:
Sódio é o íon em maior concentração no líquido extracelular (LEC) .
Das funções do rim, a reabsorção de sódio é a mais importante, pois a concentração de sódio no LEC determina o volume do mesmo e de sangue, e consequentemente a pressão arterial. (CONSTANZO, 2004)

Sistema renina-angiotensina-aldosterona:
Células JG renais → pró-renina
Corrente sanguínea → enzima renina + angiotensinogênio = angiotensina I
Angiotensina I → endotélio pulmonar se combina com ECA = Angiotensina II
Angiotensina II → retém sódio/água na porção tubular do néfron, faz vasoconstrição, estimula supra-renal a secretar Aldosterona.
Aldosterona → reabsorve sódio/água na porção tubular do néfron.
(CONSTANZO, 2004)



Segundo FERRARI & SOARES, 2003 "“O consumo elevado de sódio na dieta tem sido correlacionado como uma das causas de hipertensão arterial na população”
As autoras examinaram 97 amostras de refrigerantes compreendendo 14 marcas e 7 tipos de bebidas (cola, guaraná, limão, laranja, uva, soda e água tônica)
Seguem os resultados:
- As bebidas adoçadas com açúcar apresentaram uma média de 74 ± 13 mg Na/L;



-As bebidas com adoçantes artificiais, uma média de 151 ± 39
mg Na/L;
   -Os refrigerantes denominados “light” fornecem cerca de duas vezes o teor de sódio das bebidas adoçadas com açúcar.

 
Fui ao supermercado e observei as tabelas nutricionais de algumas bebidas carbonatadas mais populares. Muitas delas usam referências de 200, 310 e 350mL para definir a concentração de sódio. Fiz uma padronização a 100mL.
Observem:
Coca-cola .......................................5,14 mg
  Coca-cola zero..............................14,00 mg*
 Coca-cola light plus.........................6,80 mg
                                       Pepsi cola........................................2,17 mg*
                                       Pepsi cola light ...............................4,20 mg
                                       Pepsi twist ......................................6,80 mg
                                       Pepsi twist light .............................11,00 mg



                                       Guaraná Antarctica..........................5,50 mg
                                       Guaraná Antarctica zero..................5,50 mg
                                       Guaraná Kuat..................................8,00 mg
                                       Guaraná Kuat zero..........................12,5 mg
                                       Tônica Antarctica.............................5,50 mg
Observando as tabelas confirmam-se os resultados das análises feitas por FERRARI & SOARES, onde bebidas carbonatadas denominadas de baixa caloria apresentam concentração de sódio maior que as adoçadas com açúcar.

As coisas mais insignificantes têm as vezes maior importância, e é geralmente por elas que a gente se perde! (Dostoievski)



Diga não ao plágio e reverencie quem trabalha pela pesquisa baseada em estudo e evidências, cite!
 
BIBLIOGRAFIAS:

-ABIR (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas não-alcoólicas), disponível em < www.abir.org.br >, acesso em 05-mai-2011 às 12h40m.
    -CONSTANZO, L.. Fisiologia, 2ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
    -FERRARI, C. C.; SOARES, L.M.V..Concentrações de sódio em bebidas carbonatadas nacionais. Revista de ciências e tecnologia de alimentos. 23(3): 414-417, set-dez 2003 Campinas (SP), Disponível em <23(3): 414-417, set-dez 2003> Acesso em 05-maio-2011.
     -PAGE, C.; CURTIS, M.; SUTTER, M.;WALKER, M.; HOFFMAN, B..Farmacologia integrada, 2ed. Barueri, SP: Manole, 2004.






EPINEFRINA - síntese e ação.

     A epinefrina também denominada adrenalina, tem papel fundamental na regulação do metabolismo. Epinefrina e norepinefrina também chamadas de catecolaminas devido a semelhança química estrutural com o catecol, são sintetizadas a partir do aminoácido tirosina na medula das glândulas supra-renais (GSR, também chamadas de glândulas adrenais) e também por neurônios autônomicos onde atuam como neurotransmissores. A epinefrina é o principal produto da GSR e constitui cerca de 80% das catecolaminas.
     A secreção de epinefrina é estimulada pelo sistema nervoso autonômo (SNA) sobre as GSRs em situações de perigo real, imaginário, "momento de fuga", exercício físico, hipoglicemia e exposição as baixas temperaturas. A epinefrina permite uma série de acontecimentos metabólicos permitindo ao indivíduo reagir as situações citadas.

Efeitos metabólicos:
- glicogenólise muscular e hepática;
- degradação de triacilgliceróis do tecido adiposo;
- relaxamento de alguns músculos lisos e esqueléticos;
- aumento da frequência cardíaca/força de contração.

Efeitos metabólicos degradativos:
- contrários aos efeitos da insulina;
- adjuvante aos efeitos do glucagon.


     A ação da epinefrina nos diversos tecidos é possível devido a presença dos receptores adrenérgicos dos tipos α e β (alpha e beta) subdividos em α1 e  α2  ,β e β2 em células-alvo. Observe:
                               
                                                      ação da fosfolipase C
             epinefrina + receptor α1  >>>>>>>>>>>>>>>>>> inibição da adenilato ciclase


                                                  ação da quinase A (PKA)
epinefrina + receptores α2  e  β    >>>>>>>>>>>>>>>>>> estímulo da adenilato ciclase

    
     A atuação da epinefrina na regulação de vias metabólicas depende na maioria das vezes de sua interação com receptores  β e do aumento da atividade da PKA.
     A toxina da coqueluche permite a ativação contínua da adenilato ciclase via receptores α2 adrenérgicos, pois neste caso a proteína G não consegue trocar GDP por GTP, impossibilitando sua complexação com a adenilato ciclase.

     O cortisol é um hormônio esteróide produzido pelo córtes das GSR, atua em conjunto com a epinefrina na resposta do organismo ao estresse, estimula a gliconeogênese que por sua vez ativa uma cascata de acontecimentos dentre os quais:
- síntese de enzimas da gliconeogênese;                                      
- gliconeogênese;
- proteólise;
- liberação de aminoácidos de tecido periféricos;
- lipólise (aumento de ácidos graxos circulantes).

Onde:
GDP =guanina difosfato
GTP =guanina trifosfato

O homem quando perfeito é o melhor dos animais, mas afastado da lei e da justiça é também o pior de todos! (Aristóteles)

Diga não ao plágio e reverencie quem trabalha pela pesquisa baseada em estudo e evidências, cite!

BIBLIOGRAFIA: Bibliografia: MARZZOCO, A.; TORRES, B.B..Bioquímica Básica, 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.